Um cenário… Calçadas, o espetáculo, o palco. Eu me desloco, feliz. Ou infeliz. Não sei. Caminho nas pontas dos pés, sinto os músculos. Depois, muito depois respiro (risos). Respirar não é tão evidente assim… Quero limpar o dia com este sol tímido, talvez a chuva volte e faça tudo por mim. Ando ocupada… Procuro um novo autor, um novo livro, um novo atalho. O novo. Escuto a passarinhada, tão desocupados! Tão alegres! Ontem faltou luz aqui em casa. Eu me acomodei satisfeita no escuro. Desliguei o mundo e fui deitar no perfume da cama, quieta. Durou pouco, súbito, o abajur se iluminou… Os sinais e as vozes voltaram… Levantei e resolvi escrever três parágrafos. Todos os dias investigo ideias. Procuro motivos. Estou agarrada numa moleza crônica. Por quê? As respostas não chegam… Estou sendo taxada, deve ser isso. Estou votando errado, ou escolhi dançar e a hora era de ser estátua. Começo a falar holandês. É isso. Estou desnorteada. Elizabeth M. B. Mattos – abril de 2025 – Torres
