Há entre nós uma intimidade cúmplice, que tu teces sem alardes. Verifico quando já não é mais possível a repelir. E por que evitaria? Para proteger-me? De mim mesma? Não sei explicar. Vou a caça da memória… E hoje, já tão perto de um nada, eu amoleço o tempo com o perfume de cravo, um vazio escravo, uma indolência que se faz misericordiosa, talvez. Tenho lágrima escondida: não tenho mais tempo para saltitar ou organizar. A despedida parece breve. E a música perdida. Enfim… O tempo para contar histórias. Ainda terei? Elizabeth M. B. Mattos – abril de 2025 – Torres