ninguém é ótimo para ninguém, ninguém é mesmo ótimo para si próprio. sou espinhenta, agressiva. olhar plástico, demorado, alterado… o jeito de olhar modifica tudo. importa ver e detalhar, olhar altera tudo… engorda o objeto, ou isola o objeto / pessoa, então, posso afluir sobre suas próprias significações, únicas. faço um esforço excepcional e isolo a história sem se tornar uma espécie de eterno presente, mas antes uma corrida vertiginosa e ininterrupta do passado para o futuro, uma oscilação de um extremo ao outro, sem repouso. seria / é uma avaliação. posso antecipar a convivência, a cobrança, ou mesmo a ternura pura por ser como é, ternura. oscilações da convivência. na verdade, esquisitices da vida: as contas. as tais contas que damos por feitas, nossas, não são tão exclusivas. ou nos orgulhamos e libertamos, ou nos submetemos e calamos. caso contrário, quer queira quer não queira, o outro bisbilhota tudo: a comida, o passeio, o tempo. quantas horas quanto tempo olho para o mar! se estou distraída com as nuvens, se devo ou não comprar um par de tênis, comer todas as bananas de uma vez ou se vou dividir em quatro dias. se posso comprar flores ou carne para o assado. bem, seria isso compartilhar ideias, conviver, dividir… dar explicações, abrir todas as janelas… esquisitices de sentimentos. escolher. escolher para ter a tal autonomia, e mordacidade afiada. a pensar no isto ou aquilo. Elizabeth M. B. Mattos – maio de 2025 – Torres