Frio. Segue frio por aqui e muito. Antes o frio chegava e bastava ter/acender a lareira: energia da vida, boas cobertas, claro. O frio se acomodou dentro dos meus ossos, congelou vontade e paralisou. Quero aquela alegria solta da vida… O luto não termina. Perdas curiosas se esticam, crescem. Habilidades desaparecem… Estou presa no silêncio. Dificuldade diária com certezas arbitrárias / confusão natural / natural por que estou viva? Faz frio aqui / cinzento londrino constante / outro jeito da vida! Olhar frio / friorento e velho / sim meu querido, sensação prematura do envelhecer posto que chegar aos 100 anos pode ser verdade… Então, falta muito. Frio sem palavra / grudado nesta coisa dita vida. Parece o fim do fim sentir frio, ter corpo gelado ou coisa semelhante. Que as lareiras sejam possíveis… Que os planos aqueçam. Que / que / que eu possa pensar. Elizabeth M. B. Mattos – julho de 2025 – Torres
