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Então tem aquela ’coisa’ chamada infância que deve/precisa ser priorizada, escavada e pesquisada. Exaustivamente, lembrada: é preciso resgatar / cavoucar / recolher migalhas e instantâneos ou invenções desta memória infantil. De acordo com intelectuais, escritores ou memorialistas, desta preciosa memória/lembrança a verdade. Desenterrar sentimentos ali soterrados ou escondidos: entenderei quem sou como sou, e, mais ou menos, de onde eu vim / como cheguei no meu eu… se tenho raízes, ou fui mesmo colocada num vaso para enfeitar vidas chamadas pai e mãe, fui educada ou tive afagos perfumados. Instantânea esta vida? Ou tu, eu, nós trabalhamos, ombro a ombro e chegamos ao consciente. Uaiiiiii! Ai! Esta sou eu / pessoa / gente entre gente querendo seguir e ser e ter o abraço. Coisas de lembrar e, como escreve Simone de Beauvoir. Vontade de não parar de escrever / responder ao que dói aqui e ali no meu corpo. E até esquecer que o frio está voltando, se sacudindo inteiro. Acinzentando a lagoa, mudando o céu. Elizabeth M. B. Mattos – agosto de 2025 – Torres
