[…] coloco-a em um envelope, desço com ele até a caixa do correio. Quando você abrir a carta, voltarão à sua lembrança aqueles dias e quanto, mas quanto mesmo, eu te amo.
está tudo dito a cada página, claro, mas eu vou repetir, escrevo outra vez porque te amar / pois é / a certeza de amar a ti e o sentimento foi tão bom! tão completo! sempre é não é? com todos os amores amados é… joga -se tudo para o alto e nós nos jogamos no sentimento… acho que isso nunca mudou / nem vai mudar. talvez agora eu sinta um pouco / apenas um pouquinho menos, mas ainda estou mesmo apaixonada. acho que esta coisa de surpreender acontece e pronto. um beijo / dois hoje, e não te esquece do chá. Elizabeth M. b. Mattos – setembro de 2025 – Torres
Afa! Sandro Veronesi O COLIBRI
Deveria ser de conhecimento geral – mas não é – o início das relações interpessoais é decidido no início, de uma vez por todas, sempre, e que para saber antecipadamente como as coisas vão terminar, basta olhar para como começaram. Com efeito, quando uma relação nasce, há sempre um momento de iluminação no qual também se consegue vê-la crescer, estender-se no tempo, tornar-se o que se tornará e acabar como acabará – tudo ao mesmo tempo. É possível vê-la bem porque, na realidade, tudo já está contido no início, como a forma de todas as coisas já está contida em sua primeira manifestação. Mas se trata, precisamente, de um momento, e então essa visão inspirada desaparece ou é recalcada, e somente por isso as histórias entre as pessoas produzem surpresas, danos, prazer ou dor imprevista. Nós sabíamos disso, por um lúcido, breve momento, já sabíamos no início, mas depois, pelo resto de nossa vida, não soubemos mais. (p.78) Sandro Veronesi O colibri




