escrever / sem voltar / sem contar: como tu sugeriste, exatamente, tua voz / não te interrompes / dizes / sentes / assim é o tempo inteiro: máquina de poetar, argumentar, exigir. sei lá como escrever, eu apreendo, mas não completo, pois é… esqueço. não consigo anotar tudo: vassoura, puxão – sim agarrar e puxar, varrer. ou decidir, sem limpar (deixar fluir). amarrar, empurrar. eu nem aguento porque é muito mundo / muito sentir / muito aquietar e sussurrar. altas vozes, aos gritos… não, são sussurros, sussurros incertos e eles cantam todos os ritmos todos as músicas. difícil escrever no meio do sono, os sonhos…impacto. então eu aguento. amanhã eu escrevo. Elizabeth M. B. Mattos – outubro de 2025 – Torres
lápis / papel / rabiscos verdes, vermelhos, rabiscos e guarda: verás… pai, mãe, minha tia Joana – a rua Vitor Hugo 229 – o bar Tupi, a lomba, o piano da dona Ondina – aulas aulas e teclado (não sei solfejar, nem dedilhar) / não resolveu o violão nem crescer. empaquei, mas posso te escutar horas, horas…
