agora, há o futuro

“Seguramente, porém, tudo está menos triste doque ontem, muito mais leve, muito menos embaraçante, e de repente me parece que entendo o porquê dessa evolução: ontem ainda havia o passado na frente desse homem, empacotando e amordaçando, que o atormentava com seus horrendos ganidos: agora, ao contrário, há o futuro, e eis de qual grande máquina os carregadores trabalhando eram as engrenagens: do futuro, precisamente, do seu futuro. Um futuro que expulsa cada cansaço dos seus olhos escuros, porque contém o retorno à casa depois de trinta e seis anos, a velhice ao lado da irmã que lhe mandava garrafas de Frascati, os fenomenais molhos de tomate preparados com o segredo aprendido na escola de culinária, o acido da viuvez que se dilui na língua da infância (disse doutor: já a reencontrou), e a serena aceitação de todas as outras coisas que virão, assim como virão,

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