parque

passei o café. molhei as plantas, me parece o certo, este fazer. abrir as janelas, ventilar a vida. um pano com álcool nas almofadas para desinfetar. limpando, limpando. bebo café. penso: ele é uma criança, não importa a idade, será sempre infantil, criança. agora recolhido, cuidado, penso: a vida inteira cuidado. a vida / aquela que vivemos se transformou num parque de diversão: construir casa maravilha, resolver meus sonhos. voltejar / viajar pelas lojas e atacados para embelezar espaços, inventar cores. jogar /mexer / ter todos os brinquedos possíveis. vida aberta e livre, do momento, da vontade. curiosamente não abandonei o magistério. as escolas eram meu ferrolho. pensei. pensei. na verdade a vida verdadeira arde e queima e não é contável… foram treze ou quatorze anos de magia: tudo se encaixou. tudo: o medo também. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025 – Torres

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