íntimo

A música é cura / cura forte / feitiço contra qualquer mal. Entro noutra estória / enredo. Qualquer música, canção. MARAVILHA! Hoje João aniversariou / cortamos o bolo de manhã! Como saiu ontem de noite estava meio dormindo, meio acordado (risos). Estou em casa tentando arrumar este EXCESSO de discos / separar os que escuto / os que devem ser doados… passo pequeno para a ordem. Verdade, limpeza e ordem definem.

Empilho roupas e tudo vira confusão… ou dobro, seleciono. Higienizo armário… tudo isso me faz bem, muito bem. Ou escuto a música, ou penso, ou escrevo e sinto misturado num prazer de tempo que ‘se aflige’ / haverá tempo físico para ordenar esta desordem confusa? O que a vida é? Ou se faz? Tão intenso s sentimento que me imobiliza. Enlouquece e se espalha… enraíza e depois floresce, também vira mato, e inço, às vezes, violetas.

Este caminho não é o que eu procuro, assim mesmo escrevo, obcessivamente escrevo: excessivos decotes, sensualizados gestos. Nada disso procuro, busco algo mais calmo, mais íntimo, cativante e profundo. Não sei como expressar porque não estou dentro dos sentimentos. Passo o dia atordoada: limpo, esfrego, cozinho.

Deixo o tempo escorregar pelo ralo como se fosse uma torneira aberta / esquecida, abandonada, sem uso… a água sai rola escorrega. Quero outra vida. E penso retornar a Porto Alegre: escutar outros sentimentos.  Apenas movimento, afinal, altera muito pouco quem eu vou ser / o desenho rascunho escorrega do lápis. Estou nostálgica de ser eu, apenas eu mesma. Outra vez recomeçar. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro – 30 de dezembro de 2026 – Torres

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