som

meu querido: tanto, tanto a te contar das coisas quietas de dentro. tanto a te contar das saudades pequenas e daquelas enormes que me assombram. estou com medo. medo de envelhecer e de me perder. impaciente, agitada, escorrego entre os gritos e as ideias tomadas de sentimentos enlouquecidos. deves estar quieto, introspectivo ou catando brilhos, sei que gostas de brilhar: retomar o tempo de direito perdido. cansei de te explicar, não foi perdido. aquele tempo, meu menino, desenhou tua história assustada de herói… chegaste entre abraços e abraços e apertos, festejado. isso foi bom e lindo. uma vida brotou e teus livros foram escritos, tua casa construída, teus amigos te protegeram e voltaste ao português. voltaste. eu te beijo. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025 – Torres

Deixe um comentário