jogar

tênis é magico. fico fascinada… o jogo / o esporte agarra mesmo. impressiona; disputar / querer e superar. atravessar o sol. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025 – Torres

tocar um instrumento, escorregar, correr ou dançar e o esporte…estrelas e céu…

Pedro Moog

DEVAGAR vai chegando

As coisas estavam sempre, SEMPRE, no lugar certo. E não poderia dormir sem passar os olhos pela ordem… Revisar a limpeza. Tudo em absoluta ordem, no lugar. Agora / como pode ter ser tão anárquico. Inquietante diferença. Elizabeth M.B. Mattos – dezembro de 2025

Política? O Brasil leva susto todos os dias: acostumamos.

agarrar o sol

queima! tira a pele…o sol entra poderoso no verão. eu gosto da chuva e de trovões: tempestades! eu. aqueles prazeres picantes: cravo e canela. perfumes da luz! Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025- Torres –

parque

passei o café. molhei as plantas, me parece o certo, este fazer. abrir as janelas, ventilar a vida. um pano com álcool nas almofadas para desinfetar. limpando, limpando. bebo café. penso: ele é uma criança, não importa a idade, será sempre infantil, criança. agora recolhido, cuidado, penso: a vida inteira cuidado. a vida / aquela que vivemos se transformou num parque de diversão: construir casa maravilha, resolver meus sonhos. voltejar / viajar pelas lojas e atacados para embelezar espaços, inventar cores. jogar /mexer / ter todos os brinquedos possíveis. vida aberta e livre, do momento, da vontade. curiosamente não abandonei o magistério. as escolas eram meu ferrolho. pensei. pensei. na verdade a vida verdadeira arde e queima e não é contável… foram treze ou quatorze anos de magia: tudo se encaixou. tudo: o medo também. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025 – Torres

COISAS de prazer (velho texto)

No prazer o vagar é particular ao sexo, ao uso dos cinco sentidos. Não se deve reduzir o entendimento de prazer, mas alargar. O sexo na premência fugaz de um encontro, ou atropelo da procriação, ou mesmo esquecimento do corpo no tempo, não está pleno. Nestes casos, talvez, a solidão seja o motor. Prazer não é apenas dividir, mas acumular energia. Intriga esta questão tão mal resolvida do excluído do prazer, ou do privilegiado.  Balançar o mundo pelos olhos do outro, e não pelo que sentimos pode ser armadilha. No discurso monótono e solto traçamos a ideia precária de prazer. Diminuto e desconhecido sentimento de felicidade. Privilégio? Bebemos café, tomamos água, e a conversa esconde desejo. Prosaico sentimento. Afinal, quem são os excluídos do prazer? Deste prazer prolongamento do ato sexual.  Do prazer do morango, da cachaça, da seda. Do prazer como requinte. Deste prazer libido. Prazer sexual que necessita ser cultivado. O sexo não deve seguir apenas o instinto. A sexualidade necessita da mesma tenacidade usada para desenvolver o intelecto. O prazer está na inteligência, no potencial de cada ser humano. O uso da inteligência nos qualifica, e o uso da sexualidade nos ilumina. Desenvolver sexualidade, usar sexualidade, saber que o prazer depende desta possibilidade intelectual, da complexidade, da interioridade do homem, e está vinculada a inteligência não é incompreensível. Talvez o prazer seja limitado pela própria necessidade de sobreviver, não de viver. O excluído do prazer se abandona na mesmice. Não conhece o limite do eu, e do próprio corpo. Não cobiça, apenas sobrevive. Não sonha o sonho do que poderia vir a ser. Não há plenitude, mas deformação. Esquece o conhecimento interior, pessoal. Preservar sexualidade, ou desenvolvê-la é como reconhecer o sentido de vida. O prazer não é alívio imediato de tensão. Não tem função mecânica.  O gozo não se faz trancado em segundos, ou minutos.  Não é apenas necessidade física. O gozo transforma o homem. Atravessa a inteligência e aguça a sensibilidade. O sexo não é paliativo como o álcool, o cigarro. É requinte. Completa o desenvolvimento mental e físico do ser humano. Com este aprendizado e cuidado, o homem aprende a se respeitar por inteiro. Enriquece sua relação com o corpo. O excluído do prazer pode estar bloqueado pela necessidade primária da sobrevivência, ou excesso de poder. A inteligência fica focada apenas no trabalho mecânico, não pensa os sentidos. De agir exacerbado desconhece limites físicos naturais, e desconhece o prazer.

Desenvolve barreiras naturais que o impede de enxergar a si próprio. Este distanciamento impossibilita a visão do que está de fato acontecendo. Não sei quem eu sou, conheço apenas o homem que caminha na multidão. Trabalha surdo a sua própria voz. Obstruído com o ruído do mundo. Obcecado pelo movimento e pela voz do comando. E, se está surdo ao olfato, ao gosto, perde o prazer.  O sexo se esconde dele mesmo. Olha sem ver, chora sem sentir, come sem fome nem gosto. Fala por falar, vive por viver. E faz sexo.  A despreocupação com o que pensa o outro sobre o mundo, sobre como deve ser feito não é alienação, mas parceria com o prazer. Com o Eu individual, completo. A inteligência aflora, e desenvolve o potencial sensitivo. O luxo do prazer. Ócio inteligente, necessário.  O sexo pensa sexo, o olhar pensa visão, o nariz pensa cheiro, a boca pensa gosto, o corpo pensa corpo, o homem se pensa.  Seres especiais convivem, e sabem do corpo e da alma, e do prazer. A sensibilidade precisa ser aguçada, trabalhada em parceira com a inteligência. O ofício, o fazer desenfreado que o homem chama trabalho pode ser apenas fuga.  Não comunga com o prazer solto, aberto. Livre.

O poder, às vezes, substitui este olhar ocioso de prazer. O que é externo se torna pernicioso. É o poder entendido como resultado final. Um poder esvaziado. Apenas comando.  Sem odor, sem toque, sem audição, sem o olhar que molha o corpo. O divino do sexo é o prazer lento da descoberta contínua, e sem pressa. Nós dirigimos corpo e mente.

Aquele que possui a sensibilidade criadora para se fazer homem, encontra na inquietude, o prazer completo. Carrega consigo o conhecimento essencial para a explosão da sexualidade, e simultaneamente, da longevidade. Elizabeth M.B. Mattos – dezembro de 2015 – Torres

correndo atrás

sim, estou sempre correndo para alcançar um beijo, um abraço, corro atrás de você / acredito em feitiço, em obscuros contatos. acredito em você / não sei o porque mudei pra o ‘tu disseste’ ou ‘tu correste’. deveria ser sempre você disse, você olhou, você está comigo, agora. atrapalhada deixei de te escrever, deve ser a mágica. aquele carro veloz, o avião, as estradas, o outro lado do mundo. o outro lado do mundo me atrapalha… estou atrás do beijo. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025 – Torres (embarco amanhã!

fotos do olhar

respirar pode ser beleza / olhar é respirar bem / estou viajando na ousadia e na história de ser brilhante e sofrer e amar e misturar tudo porque o outro importa. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro de 2025- Elon Musk inspira.

cavouca e desenterra

Então tem aquela ’coisa’ chamada infância que deve/precisa ser priorizada, escavada e pesquisada. Exaustivamente, lembrada: é preciso resgatar / cavoucar / recolher migalhas e instantâneos ou invenções desta memória infantil. De acordo com intelectuais, escritores ou memorialistas, desta preciosa memória/lembrança a verdade a ser desenterrada.  Dos sentimentos ali soterrados ou escondidos, a verdade. Entenderei quem sou como sou, e, mais ou menos, de onde eu vim / como cheguei no meu eu… se tenho raízes, ou fui mesmo colocada num vaso para enfeitar vidas chamadas pai e mãe, fui educada ou tive afagos perfumados. Instantânea esta vida? Ou tu, eu, nós trabalhamos, ombro a ombro e chegamos ao consciente. Uaiiiiii! Ai! Esta sou eu / pessoa / gente entre gente querendo seguir e ser e ter o abraço. Coisas de lembrar. Vontade de não parar de escrever / responder ao que dói aqui e ali no meu corpo. Acinzentada lagoa, mudando o céu. Elizabeth M. B. Mattos – dezembro 2025 – Torres

gentileza

não posso deixar passar o momento / o gesto / a possibilidade de ser gentil / minimamente, gentil. estou catalogada, mas, não importa, sou EU: quero ser pessoa.

estranheza do silêncio… da liberdade solta. dizer, discursar, ponderar sem aborrecer. viver tem voz, palavra. ah! quero convencer e fazer do meu jeito. gosto de estar viva. Elizabeth M. B. Mattos – novembro de 2025 – Torres