“O Juiz passou os olhos pela sala em que Henry lhe dissera o que havia a dizer; viu a lista dos seus títulos, ainda sobre a mesa, a cadeira posta de lado como Henry a deixara ao levantar-se, e as coisas permanentes e inanimadas – o relógio dourado, os pequenos bronzes que o ladeavam, a sua cadeira de braços, o livro que estava a ler quando Henry chegara – e tudo lhe parecia pertencer agora a um antigo período acadiano de sua existência, separado dele pela torrente de desastres subitamente desencadeada. Quando se recebe uma notícia má, as coisas inanimadas, que ela em nada modificou, parecem reter em si o espectro da felicidade perdida do observador; este toca no relógio, quase esperando uma resposta milagrosa; retoma o livro abandonado, lembrando-se; foi este o parágrafo que eu deixei em meio quando ocorreu o desastre; e as coisas nenhuma resposta lhe dão. ” (p.96) A História do Juiz – Charles Morgan