O fio do ontem, e do amanhã no hoje. Duplo na desconfiança do primeiro movimento que geralmente é o bom. E nós não o consideramos bom. Recusamos, escolhemos o segundo momento. Uma elaboração secundária, a inteligência não permite saboreá-lo. O espelho, estamos lá e cá, ao mesmo tempo…Trágica impossibilidade do imediato. Desconfia-se do imediato, precisamente, porque se duvida que seja o imediato. Aqui está o sentido da reminiscência. Nada jamais é descoberto: tudo é reencontrado pela memória. Em suma, para ser real é preciso copiar alguma coisa, repetir alguma coisa, fixar-se em algo já conhecido, real, pelo menos para nós. E o segundo lance parece a repetição de alguma coisa já vivida, inacabada, mas sentida, e, definitivamente vivida. Talvez estas emoções não sejam nada mais do que a desconexão, o abandono a esta lembrança de luxo do presente, enquanto que, para a percepção atual, só são úteis certas lembranças do passado.