Privacidade, para mim, não significa manter minha vida pessoal longe dos outros. Significa me manter longe da vida pessoal dos outros. ’ (p21)
E assim, quando lá estou comprando minhas meias na Gap e a mãe atrás de mim na fila solta um ‘eu te amo!’ no aparelhinho, não tenho como evitar o pensamento de que é impossível não pensar que há alguma representação naquilo; uma representação até meio exagerada; uma representação pública; imposta em tom desafiador. Sim, muitos assuntos domésticos são tratados em público, embora não sejam para consumo público; sim, as pessoas perdem o controle. Mas a frase ‘eu te amo’ é relevante e intensa, e dita assim, como se fosse um anúncio, de forma demasiadamente autoconsciente, me leva a crer que o fato de eu ouvi-la não é algo acidental. (p27)
Jonathan Franzen autor de COMO FICAR SOZINHO
e ele está certíssimo
As pessoas representam o tempo todo, num enorme palco, o palco aonde vivem. Fazem acenos sorrindo, e falam ao celular… tão artificial. As emoções, as lágrimas são descartáveis…e os sentimentos exacerbados, Ao expor, exibir, e sempre aos gritos… Tomar consciência da premente necessidade de privacidade, de silêncio já é um trabalho de Hércules.,