O tempo deveria passar lento. E o dia inteiro deveria preencher a angústia, que satisfeita, faz dormir. Os livros são a respiração artificial para o doente. Num mundo que se pretende organizado, liso, e compreensível somos a própria doença, por isso asfixiamos. A leitura o remédio. Queremos este mundo visível virado, diferente; queremos mais, ou menos, não igual. Como o calor que sufoca estas vozes conjuntas que indicam o certo, o errado alucina. Estar em lugar preciso define gestos: aquele grupo social exige determinado comportamento. Quando estamos já do outro lado, o que passou nem se faz ainda distante e já viramos o rosto. Retornar tem gosto de recomeçar de início. Por que inicio pode ser duro? Porque iniciar repetidas vezes nos dá uma sensação de não ter avançado? Estagnação. Voltar, enfrentamento. Rompo barreiras naturais forçando aceitação. Não me aceito. A libertação chega aos poucos, se é que um dia nos libertaremos…