Esquecidas cartas: 2001

Torres 16 de abril de 2001.

Paulo, meu amigo: Faz tanto tempo que não escrevo! Não escrevo cartas, não escrevo raiva, não escrevo amor, nem mar, nem sal nem nada.

Li o jornal inteiro, tão logo chegou e  comento agora:

Boa a lembrança de entrevistar Paulo Hecker Filho, uma senhora leitura! E, o eixo (Rio- São Paulo- Minas) reconhece, é claro: afinal, ler é bom.

Não escrevi pro Jorge Jaime, sempre presente, sempre escrevendo. Gastei papel com Juremir, o narciso. Walmor Santos, indicação pro Prêmio Jabuti? – perderam o rumo, certamente. Escuro agora: dizem que FTavares também levou indicação no gênero reportagem? E menosprezas os contos do Iberê! Tudo acontece. Logo viro escritora: vais ver. Algum critério é confiável? Entrevistar Charles Kiefer? Por quê? Para o que mesmo? Pelo visto ele já disse, declarou tudo que julga importante. Quando? Na Zero Hora, ora! Quem não leu, perdeu. Como é econômico! Será assim para pensar, certamente.  Reler a entrevista com Luiz Fernando Veríssimo. S. O. S.

Há que haver arena e gladiadores. Vamos voltar no tempo. Poucos sobrevivem, poucos os confiáveis disse Marco Aurélio (ou não foi este o imperador?). Ainda Laury Maciel, e quem mais? Quem mais? Não há leitura. Que coisa!  Gostei d’ O dia da Caça de Gilberto Wallace. Ainda bem que concordo com a idéia da idéia do J.C. Pozenato. O caso do e–mail? Não posso nem pensar em e-mail. Bem, não é culpa dele, o pobre. Mas tem o cinema, tem O quatrilho, não tem? O livro. Não vi o filme. Não sirvo pra muita coisa, estás a ver…Mas pra ler e reler lá vai no jornal outro texto do Hecker. Abre uma folha e mais outra e vamos ler juntos o livro recomendado, Dr. Stummer. Uma trilha de sugestões, leituras de gente grande que normalmente estão amarelas nas estantes, pelo menos nas minhas. Quem está com Kierkegaard ou com Heidegger em dia? Encontra Sartre e fica sabendo de Camus, o dissidente. Tropeça na Lispector ou desvenda Cortázar. Então se pode ler e se quiser reler pra fazer trilhas novas de leitura vai em frente: há o que pensar.

Puxa! Mas ter que abrir Encontre a saída?! Que livrinho! Ficou encalhado na minha estante do Bazar.

Como?! Então citaram meu Mário de Sá Carneiro?! Eu te contei que consegui comprar o livro Obras Completas?Ainda bem que se lembraram de lembrar o poema AMAR! Tão lindo?! Aliás, todos. Ou aqueles dois. Não sei. Ou o meu jeito de ler Hecker, pode ser. Também pode ser. Gilberto Wallece deu força in Ao Leitor. Como é mesmo fazer um jornal? Sai caro, é duro. Sai vazio, é difícil. Recorto o Hecker… Volto páginas – como ler o último número do VOX: valeu Veríssimo. Tu estás lá salvando. Como reler um número anterior de Folhas de Letras (aliás, o nome é lindo!) e encontrar outra vez o Hecker. O resto ainda tem que acontecer.

Estou de mal com o mundo ou comigo mesma. Fica o beijo.

Um comentário sobre “Esquecidas cartas: 2001

Deixe um comentário