Cheiro de sal

Olhei pro rio pela porta-janela. Os ipês do jardim, as flores amarelas da trepadeira se esparramavam pelas dobras da sacada de ferro. O verde inteiro do gramado. A piscina, as cadeiras brancas volteando as duas mesas, canteiros também floridos. O jardim quintal de uma casa.  A rede que se prendia nos ganchos. E perto da cerca viva a corda espichada, roupas: calça de pijama, cuecas, camisa, um vestido de alças, uma toalha branca… Roupa em varal conta história. Olhei para dentro do quarto: a mesa redonda, papéis, livros empilhados. Tudo tão rápido! Pelas lágrimas vi o mar, o meu mar! Bom aquele cheiro de sal, o gosto e o frescor…  Desci as escadas e bati a porta. Os cães latiram, sacudiram o rabo festejando. Tranquei o portão, joguei a chave na caixa de correspondência e comecei a voltar pra casa…

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