O sagrado de Iberê Camargo

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Porto, Alegre, 27 – 8 – 87. Beth, querida amiga. No momento, infelizmente, não temos condições de aceitar o teu amável convite. Maria acaba de ser operada de catarata. Ela deve permanecer por algumtempo no mais absoluto repouso. Estou otimista, acho que desta vez a cirurgia vai dar certo, o que não aconteceu quando operou a outra vista. O livro que pretendo fazer – 10 contos ilustrados com serigrafias – quero que seja umo bjeto bonito, como todos os livros deveriam ser. Este livro que vai ser patrocinado por uma agência de publicidade lá de Vitória terá uma edição limitada, talvez até numerada, não sei. Tu, evidentemente, vais ter um exemplar. Beth: sinto o teu isolamento, a tua solidão, e a falta que faz a tua mãe. Quem sobrevive aos seus carrega sombras e saudade. Coragem Beth é a lei da vida. Nós também estamos construindo uma casa em Nonoai (Teresópolis). Trata-se de uma casa espaçosa, com dois atelieres anexos, um de pintura, outro de gravura. Essa chuva que não para, tem atrasado a obra, cujo acabamento está previsto para o fim do ano. É um tanto louco fazer uma casa nesta altura da vida. Sim, é louco, mas é uma afirmação de vida. Concordas? Beth, abraços e muito carinho. O Iberê

 

Um cartão frente e verso, um exercício. O inédito que respira livre…

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