Estação das cartas

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 Decifro duas frases. Abaixa a cabeça, crucifica. Bota na cruz com braços abertos. Dois protagonistas, não todos, os três,  braços abertos.  Perfurados os olhos.  Crueldade! Assim ninguém vê só escuta, ou imagina! Sabendo esquecer já assinalei, e memorizei. Escondo na caixa da Pandora, passo chave nas confissões. Explico. Não é mais ela, nem a tia, nem a irmã, nem o Francisco  nem o David. Estas pessoas  estão presas na carta. Carta. Bilhete!  Como as bonecas russas, uma dentro das outras. A história se explica. Braile, japonês, no desenho chinês, nas telas, naqueles livros escolhidos, na ópera, no piano. Ondula como a voz. Grita, desaparece, e assim, num repente de vontade volta. ..Não sei o que pode ser! Se um fio vermelho chega vermelho na outra ponta… Tricotar inverno e verão, também outono se faz azul no final, ou rosado, ou roxo, uma cor daquelas que nasce noutra cor… Uma frase. Uma única expressão chora.  Falta uma cor… Vou esquecer as cartas. Não, vou jogar. Quatro cartas pra ti, outras  quatro pra ele, mais quatro pra Luiza, mais  quatro pro Pedro, duas pra mim, e  fiquei com o coringa…

Como? Vocês também querem jogar?

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