Em casa, dormindo ou folhando uma revista; penso moda, desenho. Ou leio um livro? Já preparo o café. Faço.
Se leres, faz a ficha, sublinha, aponta, pensa. Sente o prazer. Costas retas, pernas descansadas. A vida do outro presa na página… Divide. Sente. Vai ao cinema! Então, teu corpo cansado se refaz se repõe, e te responde. Inverte a vida, remexe, modifica. Recomeça. Aprofundou…
Rasga escolhas segue a procurar. Nunca estacionados… A vida se modifica na encruzilhada, na esquina, no mar, na areia da praia. Nas calçadas da Rua Padre Chagas, nos arredores dos Moinhos de Vento. Quem sabe tomar chá no Teatro São Pedro? Almoçar no Mercado Livre. Nas livrarias da Cidade Baixa encontrar o livro certo. E bebe logo, tudo de uma só vez, bebericar demora tanto! Abster-se parece impossível. Interrompo o fluxo. Entro no silêncio, e na inquieta da tua alma, o sorriso. Abre crateras: na memória do texto se modifica o sentido. Não te assusta pequena, não te esvazia, nem chora porque o tempo, aquele que passa de hora em hora, de dia em dia, enlouquece, mas se renova… Não há conserto / jeito pra melodia… O concerto se faz aos nossos ouvidos, nossos sentidos, nosso corpo. Mergulha neste prazer de ser outro tempo. É preciso agarrar o aqui, e agora… Se tudo já foi feito deste lado, há que seguir paro outro lado, escorregar, seguir. Vou comprar uma bicicleta, mudar pra Paquetá, desacelerar, voltar. Voltar! Quem sabe vendo pipocas. Vou entrar nas letras pra me debruçar na janela… Vou beber vinho tinto, encorpado, comer amoras maduras, pintar as mãos de azul. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2013



🙂
Alguém podia desenhar um banquinho para a moça sentar…
Teria ficado uma graça… no ar é estranho! O João que tentou seu primeiro… ficou feliz por eu ter gostado…Coisas de avó!
Estou encantada, “descobrindo” teus textos! Que percepção aguçada e quanta delicadeza! Um deslumbramento!
Bom saber que estás com eles! De alguma forma voltamos no texto! Eu digo teu nome e lembro da tua mãe, da minha, teu pai, o meu… Do bom de sermos uma família!