O dia se inicia na chuva. Tranca-se a porta, fecha-se a janela. As horas se abrem ao sol, ao suor. Riem umas das outras. Os fenômenos exageram nos ventos, granito. Destelham, afogam, e o dito tempo ensolarado, irônico. O mundo gigante de nuvens como me contou a pequena: enormes, entre cores, brancas, brancas, e o preto, o azul, azul. Ausência e presença. O livro é igual. Qual é a guerra mais eficiente? A cada boa linha, ideia, nova suspeita. Debate intenso, nos violenta. Acorda. Esmurra. Entristece, não vitaliza. Adormeço. O Jantar Herman Koch é assim, incompreensível como o dia, e tão evidente! (Como a insistência de correr, de parar, de estar perto e longe. Amar um dia, desprezar no outro. Apaixonar-se, modificar-se, apaziguar-se. Adoecer. Adoecer porque dói a dor de não ser tudo. Ser inteiro! Não o mundo está ao contrário, ao teu contrário, ao teu avesso. Vamos costurar estes livro. Lançamentos perdidos, esgotados, uns sobre os outros, a se contradizerem! Guerra de futilidades, de exigências, cicatrizes, internas. E risadas de escárnio! Bolsos recheados de injúrias! Afirmar o que sou assim, aquilo, exijo isso ou aquilo? Ironia. Não leiam O Jantar de Herman Koch. Aliás! Parem de ler! Não leiam nada, olhem as fotos. As fotos. Ou fiquem apenas olhando, pela janela, o tempo acaba passando mesmo… E olhar já é aventura suficiente.
Foto de Joana Vianna Moog.
Lindona, só achei confuso pra comentar, mas ficou lindo. Amei a foto da Jô. Só tive dificuldade até descobrir que tinha que clicar no balãozinho do + aqui do lado…
“Parem de ler! Não leiam nada, olhem as fotos. As fotos. Ou fiquem apenas olhando, pela janela, o tempo acaba passando mesmo. E olhar já é aventura suficiente.”
E eu te pergunto: é? Olhar? Suficiente? Eu não acho, embora quisesse achar, mas minha sede é bem grande. Não sei se comemoro ou se choro.
Um beijo grandão, com saudades!
Raquel! É isso mesmo, acho que ficou mais difícil para correr os textos. A ironia do PAREM DE LER! está de braços dados com os outros textos. O Jantar é um livro bem impressionante. Chorar seria melhor, derramar lágrimas, fazer cadeias de alertas…Gritar! Ouvir, olhar, e REPENSAR este mundo não te parece urgente? Passamos muito tempo vendo figurinhas…Beijo