Cartas. Vencem as cartas. Vozes telefônicas se atropelam. Estranhas… Choramingam, não entendem. Hora errada. Tempo curto. Ânimo perdido, voz lenta, linhas cruzadas… Ou o telefone interceptado.
Há prazer na escrita, agora, escancarada, restabelecida. Todo rabisco, toda a ideia se transforma em texto. Qualquer texto, leitura. Cartas são o quebra cabeça. Nelas a vida aparece aos poucos, aos soluços, na emoção confessional. Escrita truncada? Relato, crônica, a carta sem sequência, fragmento? Prazer, quase vício. Cartas são franjas. O momento certo. São degustadas, relidas, depois, jogadas no lixo, ou perdidas. O curso. A ponte. Caminham lentas, e chegam mansas, as cartas. Caminham… E até chegam atrasadas. E na madrugada tu lês, depois rasgas. Chagam apressadas, e antes de leres tu rasgas. Foi em janeiro, já é outubro e o verão se atrasa, não importa. Devagar, eu te esqueço. Não importa o que digas, não acredito. Separar o possível do impossível. Volto a quietude. E isso é bom. Elizabeth M.B. Mattos – Lisa – Beth ou Eliza – Torres 2018