Pedaço. Tecido. Beleza. Escolha. Sono. Cor. Tinta. Tinta. Pincel. Sofisticado. Simples. Natural.
Sem fazer. Sem poder. Recortar. Colar. Deixar. Onde está o poema neste sono?
Voltar… BRINCAR, amanhã!
Circular. Sala circular. O novo se integra. A diferença se mistura. Cores e formas. A galeria de esculturas. As telas abrigam silenciosos fantasmas. Aprisionados. Opressão. Na imobilidade, a manipulação. Prepotência.
Agora o cheiro do café. O ferro, a madeira, as salas pretas, e a falta de sol. Que mundo é este? Controlo o desacerto. O susto. Desequilíbrio. Pílulas arranham a garganta. O velho com a pele em escamas arranha minhas mãos. Sensação esquisita. As grades fazem sombra.
Sobressaltos, dificuldades. Estórias se contam nos esquecimentos lembrados. Vou acender a luz. Impor a vontade. Qual vontade a verdadeira? O fato determina o isolamento. A mata esconde. O morro se ondula. Escuta. Em absoluto quero voltar para o Rio Grande do Sul. Estou no Rio Grande do Sul. Não cheguei a sair. A menina, o verão verde. Sombra nas calçadas. Ainda faz tanto calor em baixo das trovoadas! Calçada quente. E os pés cheios de areia…
Como é uma pessoa plenamente presente? Ela brilha. É pulsante e potente, nada nela está estagnado, – é uma pessoa que se apropriou do que é seu. Apropriar-se do que é seu faz toda a diferença para o equilíbrio instável de ser gente. Isso tudo a torna presente. É porosa, flexível, amorosa, capaz de receber a si mesma, e aos outros, de absorver informações, interagir com o meio ambiente. Não esta julgando. Está ali abraçando… Está complementando, entregue a ela, ao outro. Perdoa. Sente raiva. Estupefação, mas assim mesmo olha… Abraça este tempo chuvoso, e abençoado. Ela está presente.
História de amor, loucura. A dois, a três… Quantos forem os envolvidos, segue sendo loucura segue sendo amor absolvido, tanto quanto tenha sido desvairado. A paixão nunca é terrena, transita (como gostamos de usar esta palavra nos dias de hoje!) pelo divino, pelo que transcende ao comum. Alienação. Não é real. Foge da coerência, da lógica. O mais cruel é o gesto cordial. Conciliatório. A paixão é aleatória ao controle. Ninguém exerce lógica. Não há raciocínio no amor. Assim, passado o tempo tempestivo deste amor a história toda vira conto, anedota açucarada. Quem lê, quem escuta, faz aquele meio sorriso e diz bonito! Havemos de pensar com seriedade, afinal, o que significa esta exclamação? Nada há de bonito no desespero, no ciúme, naquele sexo ensandecido e voraz, nas mentiras, nos enganos, no tempo roubado do nosso próprio tempo na vida. Assim mesmo sentimos uma sádica saudade dos amores amados, vividos. Descrever, ou colocar em palavras, em discurso coerente, coeso, linha reta parece impossível. Repentino, e tempestiva, escandalosamente, sentido foi este amor agora esvaziado, enlutado. Queima a dor, a despedida, o deslocamento, a urgência, e foi assim que nos amamos, meio ao transtorno todo do proibido. Compulsivamente nos colocamos um a caminho do outro. Elizabeth M.B Mattos – 2014

Há 200 anos os membros da Nação dos Sete Povos foram expulsos ou dizimados pela barbárie colonial. Mas sua cultura ficou e, […]Recuperamos assim, um elo perdido na história da música de nosso povo.Há um pedaço grande do Brasil de ontem, e portanto, no de amanhã – porque o folclore é inconsciente coletivo dos povos – na música que ‘Os Tapes” fazem no Sul, de inspiração nativa, e que hoje nós mostraremos ao Brasil. […]
Esta vida de nascer, de reconhecer, de se espraiar a cada vez repetir, renascer… Perder peso pelas margens. Repetir. Tão repetidas vezes! Lançamo-nos neste ir e vir. E a cada chegar recomeça. Outra vez. É tanto nascer que se parece com o desânimo de envelhecer. Envelhecer, no entanto é definitivo. Adoecer, morrer. A paz? Há que se reconhecer, estar/ser, ficar e plantar. Não sei se feijão, ou mandioca, talvez arroz. Pescar. Não sei. Um acolher definitivo, tanto quanto limitado! Sou eu a recomeçar a cada texto, o mesmo, o início, o começo, a preparação para ser não sendo. Vício. Nenhum apreço, nenhuma ganância, nenhum sonho, só recomeço. Necessário fechar a caixa, lacrar. Não consigo. Estou a abrir a tampa, recontar as cartas, os papéis, inserir novos recortes e outra vez tampar. Elizabeth M.B. Mattos -março de 2014 – Porto Alegre
Colocar batom, prender o cabelo, pensar em saladas, exercícios, cuidado com o sono. Aproveitar o frescor da chuva. Esquecer pequenas dores, e, completamente, as grandes. Seguir o que faz bem. Ler revistas, pipocar notícias, caminhar. Desta vez o horóscopo pode estar certo: vou encontrar o amor. Quero a chuva inteira batendo na janela. Transgredir. Concordâncias com abraço contraponto com impulso! Aos jovens o sabor. Eu? Não vou envelhecer, simples assim. Elizabeth M. B. Mattos – março de 2014 – Torres