Necessário e primitivo silêncio. Quietude, uma dádiva. Impertinência. Interrupção. Melindres. Rotina, continuidade. Comodidade. Idade. Há que se pensar, duvidar, esperar, ouvir. No tédio, o fluxo se constrange com excessos. Atravessar buzinas, vozes. Desviar, acelerar, cuidar, fazer, correr. E o menino se encolhe aflito. A futilidade se transforma em exigente prioridade. Atropelo as calçadas. Abusiva correria. A negligência se acomoda na mesa do chá, durante o almoço, sente preguiça no entardecer. Boceja. Desperta, à noite, acesa em novidade. Sessão de cinema urgente. Espetáculo, vitrines… Delicias, iguarias. O verbo comprar se conjuga sem concordância. Impaciência sem hábito, equívocos. A gaveta se ressente apertada. Qual era a cor daquela blusa? O telefone tocou duas vezes até cair a ligação. O bolo, o doce, a salada, o vinho, os queijos reclamam. Pequeno mal estar impiedoso, maligno. Frívolo, e inexplicável. Poeira, gavetas, estantes, tesouras, cadernos, cobertores, toalhas, xícaras. Sequencia eloquente. Impertinência… Elizabeth M.B. Mattos – julho -2014 – Porto Alegre