“Noite
Se um dia eu não fosse mais nada,
Se um dia eu não fosse mais sonho,
Se fosse esquecida no tempo,
Se não houvesse mais corpo para gerar calor,
Se nada mais me saísse das ventas,
Aí então não haveria mais drama, não haveria desejo.
E, sem medo nem zelo,
Sem cuidado e sem pudor,
Minha morte teria chegado.
Minha pele se encontraria enrijecida sob a terra fria,
E minhas mãos não mais serviriam para afagar.
Recife
Julho de 2014
Luiza Mattos Domingues
LUIZA no tempo


