Não suporto a rotina arrastada do ócio, nem o vagar dos que se querem importantes, sérios, e assim ocupados, imóveis. Não lavar a louça, a roupa, os vidros. Varrer o chão, e cozinhar a própria comida. Não podem. Passear os cães, beijar crianças. Não podem. Gostam de se amontoar sérios nos cafés das esquinas.
Prefiro molhar as plantas, varrer calçadas, escutar este silêncio do mar, da montanha, das avenidas. Sol, crepúsculo, pedra quente. E frio gelado. Aqui neste mundo sem urgências, nem passado, nem futuro, o minuto.
Cortem meus pés, fico imóvel… Amarem as mãos, enxergo. Arranquem os olhos. Adormeço