“A violeta é introvertida e sua introspecção é profunda. Dizem que se esconde por modéstia. Não é. Esconde-se para poder captar o próprio segredo. […] A margarida é florzinha alegre. É simples e à tona da pele. Só tem uma camada de pétalas. O centro é uma brincadeira infantil. […] O jasmim é dos namorados. Dá vontade de pôr reticências agora. […] Dama-da-noite tem perfume de lua cheia. […].
E Clarice segue daquele jeito escorrido, fluído, maravilhoso que ela inaugurou, e rege.
“O crisântemo é de alegria profunda. Fala através da cor e do despenteado. É flor que descabeladamente controla a própria selvageria.
Acho que vou ter que pedir licença para morrer. Mas não posso, é tarde demais. […]
Lawrence, Lispector. Tempos diferentes, o gosto, a cor, o mesmo desejo ardido e descabelado.
Água VIVA, Clarice Lispector, página70-72, escrevendo das flores.
Os crisântemos pertencem à família das margaridas. Os jardineiros cultivam crisântemos pelas suas flores numerosas e vistosas. O nome crisântemo deriva de duas palavras gregas que significam flor dourada.





