Prezado amigo:
De repente volto para a casa da rua Vitor Hugo, depois dos quinze a rua André Poente. Elizabeth era/ é meu nome. O jeito certo do pai, e da minha mãe me nominarem. Beth vem da meninada, da escola, de eu mesma a me diminuir. Apequenar. Adolescer. E este tempo já passou. Dizes bem, Elizabeth.
Como crescemos! Mais urgências. Atropelos, escaladas. E solavancos. Para descrever o começo, esboçar a história. Confesso, atrapalhada, medrosa, confusa. A nudez da verdade com o espanto adolescente, ingênuo de se esconder. A boniteza, dizem, abençoa. Abre porta, escancara janela, coloca flores no caminho, ilumina. Pétalas e perfume. A beleza dança. Tudo bem. Não posso o contrário… Século XIX escorrendo spleen, nostalgia. Tedio barra o caminho. Imaginação, já escritura rebatendo a vida comum. Não. A beleza foi suporte. Aceito.
Entrei direto na vida acreditando que podia. Célia Ribeiro me deu mão, a chance. E temos o Jornal Feminino na Globo. Artes plásticas. Literatura. Participei uma noite do Jornal das vinte e duas horas com Lauro Schirmer. Entrevistas. Ideias mimadas. A televisão foi janela. Seguir parecia tão fácil! Revista do Globo inteira a disposição! Queria ser jornalista, escrever. Um dia Flávio Carneiro, cortou a entrevista com Xico Stockinger, duas páginas, publicou uma. Do alto dos meus dezoitos anos reclamei. Respondeu: “Vendes bem capa de revista, não escritos.” Foi a primeira chuveirada gelada. Abandonei o jornalismo da televisão, as entrevistas para a Revista Globo. E o medo entrou na história. Deixo o mato tomar conta do meu campo de futebol. Elizabeth M.B. Mattos, Torres, 2015.
Beth, que lindo ! Que pena que deixou uma opinião atrapalhar teu caminho..mas como digo , o saber ninguém tira…e continuas a escrever com muita propriedade. Adoro teus escritos , sempre transmitindo ensinamentos! conhecimentos e escritos com a alma aberta, alma de uma boa jornalista. Continue com as Amoras Azuis!!!!! Adoro ler ! Bj
Luciana! OBRIGADA. Tua delicadeza me estimula e dá novas forças. Uma palavra, um compartilhamento e eu me sinto mais forte. Obrigada
Eu não admito ex-aluna BOA assim dizendo que deixou de escrever. Jamais, hã? Faça-me o favor.
Beijo!
Rachel
Boa professora está sempre presente, mas aluno desiste… Dureza!
Nunca soube q querias ser jornalista. Mas tens um texto otimo para ser escritora. Tens algo publicado? Bjs
Na época Lala, aos 18 anos, era indefinido. Do jornalismo pulei para o casamento. Foi um ano na Globo com Célia Ribeiro, e na Revista do Globo. Lamento não ter continuado. Bjs
Nada publicado, nem a tese do Doutorado. Só o Amoras
Querida prima, lembro muito de ti nesta época e do orgulho da Anita e do tio Roberto contando que estavas na Revista do Globo! Quem te cortou não sabia de nada, basta ler o que escreves. Teus textos são iluminados mesmo, e muito. Sempre recomendo que leiam o Amoras, é bom demais. Espero que continues escrevendo sempre.
Fiquei emocionada com o que dizes. Obrigada. O Amoras tem sido o meu canal. A ser revisado, é claro. Teu depoimento é importante. Vontade de chorar pelo que não foi, ou pelo que já passou. Ou saudade deles, de nós. Um beijo prima. Obrigada.
Beth, belos caminhos trilhastes , viveste bem a força da juventude, está e a tua história , 15, 25,35,45,55 …. o tempo vai passando, felizes são os que deixam marcas vividas e curtidas.
Continua sempre fazendo a tua história!
Lindo. Uma pena que paraste naquela época.. Uma glória que existe Amoras.
Beijos Tia
Ter feito televisão foi uma experiência maravilhosa! E Escrever para a Revista Globo também me estimulou. Claro que aos 18 anos temos o poder da coragem … pena ter desistido sim! Ficaram vestígios.
Sensibilidade para a fluidez e o trato com as palavras. Vertes extremamente bem tua veia literária.
Vá em frente!!! Estarei na fila na noite de autógrafos. Santé!!!! Beijos.
Um estímulo como o teu importa muito. Obrigada Renato