No abraço eu me sinto acalentada. Contudo, volto para a caverna da ausência. Vives dentro da mala indo e vindo. Não se sabe para onde, de onde. O teu passado caminha na tua alma, estrangula a paz, inquieta o coração. Penso. Não amo Gaal, nem Albertina. Vestida de Gaal, oculto Albertina, e Elizabeth tímida representa. Já não entendo mais o abraço. Como diz Lispector:“Era bom. Não entender era tão vasto que ultrapassava qualquer entender – entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, […]. O bom era ter uma inteligência e não entender.”
Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres