De ter pensamento

“Se eu fosse pressionado a colocar um rótulo em meu pensamento político, eu o chamaria de quietismo pessimista anarquista. Ou anarquismo quietista pessimista, ou pessimismo quietista anarquista: anarquismo porque a experiência me diz que o que está errado com a política é o poder em si; quietismo porque tenho minhas dúvidas sobre a vontade de se pôr a mudar o mundo, uma vontade infectada de desejo de poder; e pessimismo porque sou cético, não acredito que, num sentido fundamental, as coisas possam ser mudadas. (Pessimismo desse tipo é primo, talvez mesmo irmão, da crença no pecado, isto é, da convicção de que a humanidade não é passível de aperfeiçoamento.”)

Diário de um ano ruim, J.M.Coetzee. (p.213)

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