
Vou ao teu encontro porque assim o determinas, vou ao teu encontro porque me esperas. Vou ao teu encontro porque chove, chove muito, e tanto que não virias me abraçar, nem trançar meus cabelos, nem comer o meu feijão, nem beber o café. Trovoadas, raios. O céu se enfurece com tua ausência. Vou ao teu encontro para acalmar as crianças. Praguejar menos. Olhar teus olhos. Sentir teu cheiro, deitar na tua cama, e sonhar teus sonhos. Gosto quando entro nos teus sonhos. De me apossar brejeira de toda aquela sofisticação que aprecias e desfrutas. Bebo teu vinho. Falo francês, italiano, ou inglês, um pouco de português porque assim o exiges. Vou ao teu encontro desiludida do que se passa por aqui. Desiludida com este nada que tanto fez e tanto faz, e não muda, nem enfeita, nem alegra, sequer perturba, meu amor, porque chove e quando chove tanto assim entro logo pra dentro do teu pensamento, e me escondo de pesadelos, de trovões, de raios, e de mim mesma. Chove. Chove forte, meu querido. Mas vou, assim mesmo ao teu encontro. Vou mansa e quieta. Já caminhei pela chuva, Ônix e eu passeamos pelas poças, molhando sapatos, a roupa e os cabelos porque chove. Penso em ti, ando tomada pelo prazer solto de te pensar mesmo sem olhar. Vou ao teu encontro, e te espero como recomendaste, na calçada do café da esquina. Que movimento de carros! Que lojas magníficas! Que agitação de gravatas e paletós, e estas mulheres! Perfumadas. Vou até a Gucci, pés descalços, vou comprar a manta da vitrine. Sinto o calor da madeira, o perfume.

Vou ao teu encontro para ver as estrelas e a lua porque aqui chove, chove muito em Torres… E quero logo te contar da minha saudade. E, de como enfrentei tranquila a operação padrão dos fiscais no aeroporto… Elizabeth M.B. Mattos – julho de 2016
Texto intenso, lindos sonhos, estas te puxando ,colocando tuas cores e histórias novas .
Gracie mille
Trabalhei. Escrever tem tantas pedras! Agradeço eu estares presente aqui.
Uhaua!!!!! Intenso, como um Berger Baron…