Recomeço a escrever a mesma coisa que já não é … perco o fio da meada, a vontade, o assunto. Os textos somem, desaparecem. […] eu me chamo Elizabeth, como se escreve o nome da rainha da Inglaterra, da atriz americana. Por que não podia ser Maria, Ana, Lucia, ou Elisa, talvez Izabel? Os nomes carregam histórias, não nascem vazios. Eu me chamo Elizabeth e parece outra pessoa, não eu. Não é o nome que me aborrece, sou eu mesma aborrecida por dentro. O tempo se esgota, desliza. Tantas vezes enfiada nas caixas, tantas vezes procurando o lugar, o esconderijo, a caverna. Parece o bom quando chego. Limpo, lustro, arrumo, lavo, seco. Esfrego. Despejo toda energia. Brota vontade de ficar, de ficar para sempre, mas nunca é para sempre … tão absurdamente temporária a vida. Faz cara de coisa séria, se engala no olhar, abre possibilidade, e depois se arrepia, congela, se anula… E não é mais o meu espaço. Recolho meia dúzia de fotos, as caixas cheias de papel. Os livros, os copos, deixo as flores. E já estou em lugar nenhum.
Conheço bem o que está acontecendo,. O pensamento anda louco de vontade de vagabundear! Simplesmente vagabundear, sem hora para voltar, sem perguntas ……
Alexandre: isso mesmo. O pensamento, o corpo, a energia com vontade de sair e estar no mundo. Que mundo? Não sei. Mas sigo aqui presa no papel. Obrigada por estares aí do outro lado.