A boneca

 

Estou naquela idade de conselhos perigosos, desnecessários, e ou arbitrários. E incapaz de preencher com a devida energia o que precisa ser feito ou dito…  Quero pensar, falar, discutir, mas tudo sendo urgente é inútil, ou desnecessário. Estranho sentimento. Um desabafo. Sempre na corrida, na hora da fresta o cansaço, ou … não importa. O vagar e a paciência na conversa são necessários. De natureza combativa estou no viés. Sei lá como explicar. E sem paciência, embora a idade deveria ser coroada de pacífica harmonia. Estranho que ao te perder eu te encontro. Encontro o pedaço esquecido, desconectado. Assim mesmo, sabendo que o importante se desfaz na explicação abro o vinho como recomendaste e penso nas exigências prosaicas: manteiga, pão, carne macia. Salada tenra, doce português. O copo de cristal, os pratos alemães, a prata dos talheres, o linho do guardanapo. E as margaridas. Exigências idiotas que a vida inspira. Bebo o vinho. Penso outra vez que te perder é estar contigo neste momento. Um capricho teu, não meu. Rezo um terço do rosário, e me debruço na janela. Fotografo a boneca, imagino histórias. Estranha lucidez. Vou inventar a história de amor, de paixão, ou loucura que não vivemos.

boneca

4 comentários sobre “A boneca

  1. Conselhos são necessários pelo menos ajuda a refletir sobre as coisas. Mas tudo fica melhor com uma taça de vinho,ou com os pés de molho.

  2. Conselhos são necessários pelo menos ajuda a refletir sobre as coisas. Mas tudo fica mais melhor com uma taça de vinho, ou com os pés de molho.

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