Perdi dignidade amor próprio. Distanciada, seguro o silêncio, – retenho emoção. Vou chegar na outra margem, nadando. Desisto do suicídio. Jogo o amor no vazio esqueço as promessas. Despedaço o sentimento contra as pedras… Bate e volta. Vou engolir as dúvidas. Estremeço envergonhada, enlouquecidamente, grito coisas de amar. Estranho processo de rever/repassar emoções. Neste ano agitei sentimento à deriva como um barco sem amarras ao mar, desgovernado.
Na verdade, eu te devo/ te peço desculpas. Sabiamente não desarrumaste nem a casa, nem abriste as janelas. O terremoto passou: vendaval lamentável.
Teu silêncio acerta. Dia a dia estou confiante nesta cura. Não vou sucumbir. Não temos o que, nem como conversar. Preciso aquietar. Não existe NADA para dizer um ao outro. Tudo imaginação. Não aconteceu NADA … Não somos casal nem par, nem somos dois … Avancei sem defesa num embalo. Recuaste. É o medo que ronda. Perdoa os telefonemas da/na madrugada, e toda a invasão menina, infantil. Encomendei o livro Viagem ao redor do meu quarto de Xavier Maistre. Tenho certeza que será leitura do teu agrado. Elizabeth M.B. Mattos – Torres, julho de 1999/2017