escrever tem uma certa urgência, uma necessidade premente
A leitura precisa fazer/ter uma conversa. Um debate um dizer e não dizer. Discussão raiva intolerância ciúme e impotência. Sinto o texto que se inclina se debruça avança e desapareço dentro dele. Comunhão e prazer e alegria e lágrima, ou aquela sensação de solidão de um nada do poço escuro e vazio. Na conversa, o texto me engole … devora, ou mastiga tritura. Há que se ter/fazer esforço para sentir que somos, somos apesar dele, somos um pouco mais, ou um pouco menos, mas s o m o s/ s o u e sendo também sou texto, mesmo silenciosa … leitura por todos os lados de todas as formas. Posso ler de olhos fechados … É a mágica. Estar contigo não estando também é mágica: o poder do amor. O perfeito! … não se apressa o amor … ele se acomoda do jeito que pode e grita na hora que quer dizer exibir aparecer … olhos abertos! E … e agarre e ame! Elizabeth M.B. Mattos – Torres – setembro de 2017
“Fomos juntos a um museu de arte, as paredes eram totalmente brancos, e com o sol entrando pelas grandes claraboias no teto a luz naquele lugar chegava quase a queimar. Pelas janelas eu pude ver o mar, azul com ondas e cristas brancas, e ao longe se erguia uma grande montanha rodeada de branco. Naquele ambiente, naquela sala branca e iluminada nos confins do mundo, a ate desaparecia por completo.
Será que a arte era um fenômeno interior? uma coisa que se movimentava nas pessoas e entre as pessoas, tudo que não podíamos ver, mas que assim mesmo deixava marcas em nós, que era nós? Seria esta a função das pinturas de paisagem, dos retratos, das esculturas,, a de levar o mundo exterior, tão estranho a nós, rumo ao interior?”(p.434)
Karl Ove Knausgard MINHA LUTA volume 5 A descoberta da Escrita
– Primeira edição, Companhia das Letras, 2017 –
