“Nunca vou esquecer aquele olhar, tão breve, que ele pousou então em mim, mergulhando em meus olhos antes de sair novamente voando pela janela, como eu próprio, depois, pousei o meu em tantos outros. Aquele olhar doloroso queria dizer uma só coisa, que todos os aprendizes sabem: o tempo não passa se você não sonha.” (p.497) Orhan Pamuk – Meu Nome é Vermelho, Companhia das Letras – 2004, São Paulo
Começo a compreender o porquê de estarmos, tu e eu, a reservar tanto dizer de amor. Estamos, tu e eu, a sonhar a permanência. Enquanto sonhamos um dia entra no outro, e o ano se apressa a passar. Somos amanhecer (qualquer manhã). Apressamos o tempo, e arrastamos a noite.
Adormeço depressa, sonho sonhos: nossos ou trovoadas, sinos natalinos, porque já é dezembro. Ao acordar, imediatamente, estou a te pensar. Rotina do pincel da tinta da letra, dobra de estranheza. Estamos na rede de estar vivo. Conto o dia, contas tu a noite insone, ou o resmungo do gato. E toco teu corpo pelo fio do telefone. Como escreve Pamuk o tempo não passa se você não sonha. Então, tu e eu sonhamos. Elizabeth M.B. Mattos – dezembro de 2017 – Torres
Tão delicado quanto um sonho bom, de fada madrinha e amor…
que delicadeza o que dizes … obrigada! boa palavra
Muito bom! 🙂
Obrigada Lucas. O que se escreve dentro do Blog fica agregado, enriquece.