…,talvez deva ser apenas isso mesmo, um vazio. É a terceira vez que escrevo e desaparece tudo. Não sei o que aperto.
…,mas não foi embora a saudade, nem a lembrança. Está tudo dentro de mim a transbordar, a me fazer chorar. Acordei com esta sensação de ausência. De tempo perdido, da história que não aconteceu, desapareceu desapareceu desapareceu, enquanto eu pergunto por ti… Sorriso, olhos apertados. Calçada, cidade, o março e o fevereiro se abraçando. Que saudade sinto de ti neste momento! De nós dois! “Pensas que nunca vai acontecer, que não te pode acontecer, que és a única pessoa no mundo a quem essas coisas nunca irão acontecer, e depois, uma a uma, todas elas começam a acontecer – te, como acontecem a toda a gente.” Ah! que saudade tenho de nós dois! que droga! Assim como abriste a porta escancarastes desejo. Janelas se abriram… Que vontade tão grande de chorar e chorar: por que tinhas que morrer? Tão de repente! Tão estúpido! Tão manso! Tão sem explicação. Tínhamos acabado de desligar o telefone, tinha acabado de desejar tanta coisa, tinha acabado de te pensar perto: quando voltei a discar teu número já não atendeste. Estou com uma louca saudade de ti, meu querido! Tanta saudade! Eu não compreendo eu não compreendo. Que saudade eu sinto de ti e de nós dois! Elizabeth M.B.Mattos – terminado fevereiro de 2018 – Torres citação Paul Auster em Diário de Inverno memórias – tradução do inglês por Francisco Agarez – Primeira edição, agosto de 2012
Camile Claudel – bronze
Simplesmente arrebatador do início ao fim, adorei!
Alberto Cuddel : como te agradeço o comentário! Sim, escrito num ímpeto, mas sempre acompanhada, neste caso Paul Auster me levou, também.