Desci num planeta populoso. Música sol vozes imagens, gente entusiasmada.
Ninguém se importa / questiona viagem ou ausência. Relação de gentileza inusitada. Afinidade obscura interior mesmo sendo iluminada com palavras. A cada ser humano uma costura diferente: ponto cruz aberto. Fenda, bolso, prega. Violão piano violino.
Cinzento o céu. O vento destelha minha casa. Tropeço na ideia – fantasia de voar.
Arranco os panos que me cobrem, deixo cair a vergonha. Fecho a porta, a janela amanhece escancarada. Meninas cinzas espiam. Não pode ser sempre tecnicolor. Há um fio azul a segurar o céu e outro cheio de vermelho e amarelo. Não sei com qual cor amarro meu desejo? Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2018