“Talvez eu esteja te idealizando. Ou te fantasiando ou te inventando. Talvez nem sejas quem eu estou certo que és. Mas amor é assim. Ama-se o que se quer que a amada seja. Às vezes, anos depois, tudo se desvanece, desfaz -se, não porque o amor possa ter ido embora nem desaparecido, mas apenas porque tudo foi des-inventado, des-fantasiado, des-idealizado. Mas há – eu sei que há – aquelas fantasias eternas. Se não eternas, pelo menos perenes, imutáveis. As que não se desfazem, e que permanecem com a aura da fantasia em torno de si, como uma nuvem que não se movesse no céu, estática, sempre no mesmo lugar, como um sol fixo ao redor do qual circulamos em reverência. Aí é o amor amor. O único que nos gratifica é o amor. E o amor da pessoa amada.” F.H.T. janeiro de 1995