Meu Deus! Como a lua está linda! Venta. Refrescou, mas a chuva não veio. Espero ansiosa. Buganvileas grama jasmins. A lagoa espera ao vento. Leio a correspondência de Elizabeth Bishop …, gosto de cartas. Eu me surpreendo a escrever mentalmente. Respostas chegam devagar, e esparramam – se aos poucos. Carta monólogo. Escrever esclarece para o emissor o dizer. O outro (leitor) resolve entende pensa, e ou completa a vivência. Entendimento experiência sentimento. Estou acomodada no não explicado. Real é extensão, o que não foi dito.
Escreve a poetisa americana: “Sem dúvida você sabe que há situações em que tudo que a gente diz ou faz dá errado ou é entendido erradamente. Não adianta muito eu lhe escrever estas coisas, mas tenho a impressão de que não há ninguém do lado de baixo do equador com quem eu possa falar, ou que me entenda um pouco que seja se eu tentar. O principal motivo que eu tinha para ir a Nova York era falar com você […] ” (p.494) Uma Arte as Cartas de Elizabeth Bishop. Se eu contar o contexto não existe suspense. A autora das cartas escreve à Doutora Anny Baumann. Eu escrevo com as mesmas palavras …, escrevo ao amado imaginário/imaginado, – as mesmas palavras. Intensão – ponte. Acordei despertei de um sono profundo. Preciso reconhecer cada detalhe cada olhar e tocar para sentir … Quero que completes desenhes. Pensa na história, na trama. Não, eu não sei contar. Estou cheia de de lacunas. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2018
[P.S.] Esqueci de dizer que se você por acaso conhecer um amigo meu e de Lota aí em Nova Yok neste inverno – chama-se Carlos Lacerda – gostaria muitíssimo que você conversasse com ele, porque ele sabe quem você é e tem muita vontade de conhecê – la, e creio que você vai achá – lo interessante. Ele é jornalista, e deputado, um jovem brilhante, certamente o brasileiro mais interessante que já conheci. Está tendo problemas políticos no momento, e vai ficar fora do país até as coisas esfriarem o bastante por aqui para ele poder volta […] Ele nos pediu cartas para amigos em Nova York, e escrevemos para todo mundo que nos ocorreu. Não escrevi para você porque poesia não é o forte dele, nem política o seu! – mas a Lota escreveu para Monroe Wheler e para a Louise [Crane], e acho que talvez você possa encontrar – se com ele em algum lugar. Ele se interessa por absolutamente tudo, e fala inglês bem. (p 328)” – Carta a Marianne Moore 1 de dezembro de 1955.
