pensando no impossível

Se não tivesse acontecido o encontro daquelas pessoas que velavam agonia em soturna despedida, eu não o teria conhecido…

Se ele, o outro, não tivesse mencionado o avô francês, a filha em Israel. Se os olhos machucados não fossem azuis!

Se tu não estivesses morrendo do outro lado da porta, e eu não tivesse desesperado …, nada teria acontecido. O inusitado acontece no desarrazoado e no imprevisível. Foi desta forma que tudo se passou: loucamente sem lógica.

Se eu não tivesse presenciado aquele presépio invertido, não teria sorrindo complacente ao discurso nervoso do outro lado da sala, e nunca teria vivido amor no corpo de outro homem.

Das roupas pretas do luto, das mãos frias e dos cabelos desfeitos, da cadeira de espaldar alto, frustração.

Cega piso nos meus sonhos e termino encolhida.

Poço cinzento: respirar é morrer aos poucos: beijar teus beijos. Elizabeth M.B. Mattos – Porto Alegre –

objetos na mesa preta sala

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