desabafo

Vontade deixar tudo se esborrachar terminar… Ou espatifar, melhor eu, melhor seja eu a fazer a cavar decidir quebrar pratos copos e ou caminhar até a exaustão.  Gritar, gritar também é bom. Ler e parar e escrever e parar e escutar, ruim. Continuar/ seguir uma  batalha infindável. Nunca moderada, nem solta. Interminável. Aborrecida. Sei lá.  Sei sim sabendo, sentindo. Por que um dia pode ser tão pior? Já tomei banho demorado perfumado quente frio outro, e outro. Adoro a água, exagero repetição. E transbordar.  Como posso não saber nadar e nadar com uma braçada depois da outra. Já me joguei no mar. Maravilha, Angra dos Reis. Deu medo, mas fiquei ali boiando, batendo os pés.  Mergulhando.  Que mar delícia é aquele! A delícia dos trinta anos, pode ser quarenta ou cinquenta. Tempo escorrega num começo indefinido doce bom. Que bom é viver e não saber não esperar porque somos tanto e tudo! Que droga quebrar a vida com medo, desapego e a loucura de ser livre.  Aquela sensação de não preciso não quero e posso ou sigo e sou. Depois? Depois aquele medo idiota de chegar ao fim… E o medo volta. Não sabemos nada de fim, nunca estivemos lá.  Sempre começa sempre tem o início naquele beco. E o olhar é de cada um. A visão é materialização. Uma ideia. Vontade de estar a ficar a sentir.  Coisas do corpo. Sem braços nem pernas ou palavra. Sem corpo. Então, pois é, com o corpo com a palavra com o tempo. Não sem nada.  Não sei. Confuso. Quero o que já foi. Não, não é isso.  Porque nunca foi. A pessoa não se agarra no desejo de querer, mas sim na fantasia do poder. Poder é abrir qualquer porta entrar e tomar posse. Não. Poder significa não querer nem desejar: ter domínio da própria vontade de querer e ou não querer. Elizabeth M.B. Mattos –   Torres 2018

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