Se senti medo, foi inútil. Se dei dois passos e não ousei, sou covarde. Se estremeci ao teu contato, teu olhar …, o medo ameaça amor paixão, ou qualquer sentimento de entrega, qualquer encontro. Justifico. Aos dezessete anos eu me sentia, ainda, confortável …, sentimentos em aberto. Aos dezoito anos caminhei muito, muito. Aos dezenove um susto. Aos vinte anos casada. Aos vinte quatro três filhos. E a vida me atropelou … Aos quarenta, minha filhota bebê, a Luiza. Tu nunca te aproximaste, mas eu lembro teu olhar. Se o teu passo, se o teu sorriso, teus olhos tivessem me abraçado …, fico imaginando. Tenho certeza: …, eu imagino sonho. Teu corpo, meu corpo. Apagaste outras lembranças amorosas. Queixume e choramingo. Seria apenas começar. Eu te conheci neste hoje turbulento, intenso. Passamos um ano estremecido, conturbado, indeciso. Essencialmente amoroso. Cerejeiras de todas as cores. Desavisada, distraída. Se penso intimidade, penso entrega. Amorosa, lenta. Como se o tempo, bem, nada importa …, apenas os segredos. Uma enrascada, compreendo. Lamento. E não sei como sair. Eu te penso todos os dias. E todos os dias …, não significam o que podia ser. Irremediavelmente longe! Eu vou te chamar, ouvir tua voz, e como menina desligar. Elizabeth M.B. Mattos – novembro de 2018. O que fizemos com o possível?




