Dias contados. Vou devagar, não resisto. Sento e leio. Tenho medo de dizer perfeito/a. Essência, sem excesso. “Amamos excesso“. Transcrevo. Não é equívoco, sou eu a me explicar: pode ser espelho, e nesse me deixo ficar… Sempre sou eu a te dizer, e não me ouves. Não me importo. Teu mundo, no limite da terra, do prazer. Eu gosto. Eu sou o que és, não quem imaginas que sou. Beth Mattos – dezembro de 2018 – Torres
“Nessa vida em que tudo passa mas nada passa, realmente, somos semelhantes. A igual de velhos teatros que, hoje, tão atônitos quanto incrédulos, legados ao próprio destino, não fazem mais do que assistir, sem necessidade de ingresso, ao espetáculo que vida, por si mesma, apresenta: nós na rua.
Fluxo eterno e infindável. Eterna ilusão do leva e traz que nos leva de encontro à felicidade que sonhamos estar sempre na primeira esquina. Incansável ir e vir, descer, subir, que não elucida, não esclarece a que destino compensador prende -se condição humana. Cercado de heroínas, não fazemos que sofrer. E isso é nós na rua. É estar sempre esperando encontrar, em dobrar de esquino, reluzente futuro. Somos é personagens de nós mesmos, cuja platéia somos nós próprios. Amamos excesso. Saímos dum, caímos noutro.” (p.11-12) Marco Aurélio Barroso – …ela mora em Botafogo … 2006
Foto de Ana Moog – 2018- Torres