“Queria lembrar -se do filho, mas o filho é uma mancha branca, sem feições, no fundo dos longos corredores da memória. O filho já tinha três anos quando viu o pai pela primeira vez.’Quem é esse senhor?’, perguntou, e ele não se animou a dizer nada e os outros não disseram nada, porque estar ausente – já se sabe – é estar morto.” (p.87) Eduardo Galeano –Vagamundo
A ausencia a meu ver é pior que a morte. Com o morto não houve escolha: morreu. O ausente escolhe estar ausente, longe, não participar e vira um fantasma.
É muito sofrido.
Exatamente. Compreendo e sinto como tu Ana Maria, o ausente escolheu ‘morrer’ desaparecer. É voluntário. Sabe que a ausência dói, mas segue fantasma … Morrer é definitivo, e … tens razão. Causou uma dor que não dependeu dele, não foi voluntária. Ninguém quer morrer, mas ficar ausente é consciente … Tens razão. Dói mais.