Pode ser problema pessoal refletido no outro, no fato, no jeito peculiar de ver as coisas, e nesta neurastenia sem fim, embutida na palavra. Há que considerar, perdoar e seguir esperando a cura. Parece escuso, mal focado, amargo, seco, torto, esquizofrenicamente pontuado. Intolerante. Que estranheza! Acreditei que o mês de janeiro, e fevereiro teriam colorido de carnaval, leveza, silêncio, música e canto, orquestra. Segue o temporal: raios e trovões. Sem sorriso. Cobrança, pedra e cascalho, poeira e ventania. O fim, ou término, o ponto, o desencanto. Estou exausta. Reviro a terra. Enfim! Cansaço, desânimo! Ainda ouço gritos! Talvez dormir por mais um ano, ou dois. Será difícil acertar, o presságio da desgraça agrada, enfeitiça a desgraça nesta cozinha de maledicência aberta. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2019 – Torres

“O medo foi a bagagem da qual não consegui me livrar. Eu que saíra de casa para aprender o temor, tive lições cotidianas. Encolher -se, desviar – se, adequar – se. humilhar – se, essas eram as técnicas lapidares da sobrevivência, que tinham de ser praticadas sem treinamento preparatório. Ai de quem não quisesse aprender. Ás vezes o que ajudava ao final das contas era apenas a criança chamada fortuna, gerada pela esperteza em conúbio com o acaso.”(p.115) Günter Grass – Nas Peles da Cebola – Memórias
Por que sigo lendo! Tanta dificuldade tenho com o vocabulário, com o tema. Engasgo. Eu sigo, teimosa. De certo, amanhã será um dia ensolarado, não sombrio como este. Beth Mattos