“Você esqueceu que não passa do filho de um pobre alfaiante? Por que você quer casar com uma princesa? Você acha que o sultão dará sua filha em casamento a um príncipe da sua condição? Você não conhece o ditado ‘ não há homem mais tolo do que aquele que não conhece seu lugar?’Você sabe que o meu maior desejo é ver você casado um dia e me alegrar com a sua felicidade”(p.55) Recontado por Thierry Aprile Nos Passsos de Aladim
O mais importa, o maior empecilho, a dificuldade externa ao sentimento se coloca como absoluta e decisivo: não podemos nos amar. Ser ou não feliz, um detalhe. O defeito está num ou noutro, a nos dois juntos? O outro. O decisivo na vontade estável. Estas convenções que a vida impõe se desfazem de estado em estado, de pretensão em pretensão. Ou as barreiras são humanas, ou os muros intransponíveis.
“Minha avó era ao mesmo tempo enérgica e sensível, heroica e doce, carinhosa e autoritária. Sabia era desdobrar-se, vestir seus sentimentos de mulher ou envergar suas emoções masculinas de acordo com as circunstâncias, como conviesse.”(p.150) F.C. de Garcia O Ritual dos Pastores
Leio lenta e demorada. Volto e eu me inquieto. Não era assim. No momento paraliso e entro/mergulho/tomo nas mãos o tema, vasculho, assumo e tomo como pessoal. Difícil. Talvez vício de quem se entrega desdobra o sentimento/ o tema/ e vive o livro: posse. Tudo que no livro acontece, acontece dentro de mim. Reluto. A coragem do escritor me faz questionar a minha covardia, espicaço. E se eu não conseguir terminar… Misturo leituras e fico exausta. Beth Mattos – fevereiro de 2019

Quero amor, fuga: tua voz, tua incerteza, quero o que já me pertence em ti. E sabes por que? És meu. Quando me devolveste o passado numa narrativa tão tua, te entregaste. Hás de me dar a resposta logo, logo. E seremos tu e eu no passado/ no agora que não vivemos, mas desejamos.