“O fogo frio do sexo queima em nós como um sol; nunca é completamente extinto. Por isso talvez uma descrição nua do abraço físico pode nos transportar a um estado que transcende o erótico, pode criar em nós uma ilusão de estarmos escondidos da visão daquele que tudo vê, pelo menos por alguns momentos ofegantes.”(p. 83) Henry Miller O mundo do sexo
Por que somos tão cheios de restrições! Por que não posso estar Eu solta leve e… Sempre amarrada, carente, ofegante. Não pode ser assim viver. Há de se ter liberdade e ousar. Então, nem escrever, dizer, ler ler ler feito uma possuída, ou passar a noite em claro resolve. Não vou gritar agora porque estou sempre aos gritos. Vou tentar ficar equilibrada, normal.
“Confrontar o minotauro e assassiná-lo equivale a ser morto. Assim o passado é cortado e o futuro também. Nada do que aconteceu, nada do que poderá ou irá acontecer tem mais importância ao ponto de pesar sobre nós. […] Por que contar algo então/ Por que continuar? Porque é um prazer gratuito. Levar uma vida divorciada dos livros e das confecções de livros, viver sem sexo, sem companheirismo humano será tão terrível?”(p.81)
As respostas, as danadas e terríveis respostas, o normal, o natural fica todo enredado em paliativos, historietas coloridas, um trágico sem tragédia, um dia… E toda esta terrível, idiota, bolorenta insônia em noite sem lua, sem graça, apertada fica tão estúpida… Um terrível mau humor, aquele dia que quebrar pratos, jogar uma xícara no chão e chorar faria muito bem. Não sei onde guardei estas lágrimas boas de escorrerem e de se lamentarem. Estou tão… carente, sozinha, triste, chorosa e… Não aceito. Não digo. Faço de conta. Desenho e bordo quando apenas um beijo, um toque, um “estou aqui” se resolveria. O novo, o inventado, o fantasma que se esconde do outro lado do muro. Enquanto assiste futebol, cozinha, joga cartas, bebe cerveja e dá risadas, eu arranco os cabelos. Não. Não. Isso não é justo. Elizabeth M.B. Mattos – abril de 2019 – Torres com sol e dia quente. Atucanada comigo mesma. Estou furiosa! Irritada. Droga de vida! Não adianta ir para o tanque, tirar o pó, ou caminhar. Estou toda errada…
“Os homens tem uma tendência para levar as coisas a sério, em vez de tragicamente. Estão sempre olhando além do nariz para coisas mais importantes do que têm à mão. O amor, quando ocorre, é algo para ser feito nos bastidores, por assim dizer. Para eles, o verdadeiro drama sempre acontece no palco do mundo.”(p.73)
Se volto ao passado eu me sinto livre, dona do tempo, dos amores amados, livre, completamente livre. Agora tenho sido ‘responsável’, e eu me pergunto o que me segura? Responsável por quem, quando e como? Amo o Rio de Janeiro no que ele tem de mais incrível, o cheiro do mar…
Eu que estou perto do mar e do rio, onde estão os odores certos? Péssimo dia. Bom! Abril está quase no fim.
Acho que é isso mesmo…
Cada um tem o seu próprio tempo e com ele sua valoração. Sexo e amor nem sempre são amantes…mas quando se encontram
é magnífico.