Ando / estou / passo, e me sinto num período de inquietude e de perguntas. Enumero respostas que se minimizam assoladas pelo calor, por ausência, e de repente. O silêncio estrangula. Distraída, na jaula da loucura de ser eu mesma abro livros. Deveria ter meus pares, talvez voltar a estudar, ter um grupo de pessoas possíveis… Tenho que me adaptar ao meu mundinho, Porto Alegre não vai me devolver a graça e a força, não trará música. Nem o piano, e os concertos ficarão distantes, e eu direi: não sei. Onde foi que parei?…Sim, no dinheiro.
“Diga, por que os escritores escrevem de modo tão superficial sobre o dinheiro? Escreverem a toda hora sobre o amor e a superioridade e o destino, só não falam do dinheiro como , uma especiei de vale que que, no interesses, o produtor coloca nos bolos das roupas dos autores. Na realidade, a angustia que cerca o dinheiro é muito maior do que admitimos para nós mesmos. Não estou falando da ‘riqueza’ e da ‘pobreza’mas do dinheiro, ou seja, dos conceitos teóricos, mas do dinheiro dos conceitos teóricos, mas do ‘dinheiro’ e da ‘pobreza'[…]As angústias diárias da vida ainda assim se reúnem em torno dessas quantias lamentáveis, as tramoias, as fraudes, os pequenos gestos heróicos,as denúncias, os pequenos gestos heródicos, as renúncias no âmbito das possibilidades[…] A literatura fala de sobre economia como ela fosse um armação. Também no sentido mais profundo da palavra… Entretanto na intimidade da riqueza, bem como na pobreza, está o dinheiro, o vínculo dos homens como dinheiro, o oportunismo ou a coragem pessoal em relação ao dinheiro […] (p.158] Sándor Márai – De verdade
…tropeço, sigo, resolvo e o poder cai das minhas mãos como uma bola colorida. Eu a brincar. Elizabeth M.B. Mattos – janeiro de 2020